O MEU URSINHO AZUL
O meu Pai sempre teve uma predilecção por bonecos de peluche!
Quando eu era muito pequenina, trouxe-me de uma viagem que fez, uma família de ursos de peluche em tamanhos diferentes.
O Pai enorme, a Mãe mediana e o filho bem pequenino e azul com um laço beije ao pescoço.
Os grandes não me recordo bem o que lhes aconteceu porém não subsistiram ao tempo... Nem aos ataques dos amigos com quem tanto brinquei.
O mais pequenino de todos, azul muito claro em posição sentado, muito fofo e macio com o seu laçarote, esse... ainda existe! Acompanhou-me em todas as andanças da minha vida, qual fiel companheiro!
Sempre que a infância me visita, naqueles momentos em que deixo as recordações tomarem conta dos meus pensamentos e neles me perco, lá está ele sempre presente, sentadinho e muito coçado sempre a olhar para mim com o seu ar que me inspira profunda ternura.
A história mais engraçada que a minha memória alcança, passou-se quando vivíamos na Jamba em Angola.
Tinha eu os meus três ou quatro anos e para todo o lado o carregava comigo. De tanto andar com ele de um lado para o outro debaixo do braço, estava imundo.
Os tempos eram outros, não havia máquina de lavar roupa, muito menos centrifugação, portanto um belo dia quando a minha mãe me conseguiu tirar o ursinho azul de debaixo do braço, foi lavá-lo no tanque debaixo do meu olhar vigilante, não fosse ele estragar-se!
Quando chegou a hora de o pôr a secar não houve outro remédio senão pendurá-lo pelo pescoço com um fio e isso não me agradou nem um bocadinho...
Chorei que me fartei! Gritei que a minha mãe era má... Que enorme desgosto senti, lembro-me da dor sentida por vê-lo ali pendurado...
Como não podia fazer grande coisa, fui buscar um banquinho e estive quase todo o dia sentada a olhar para ele, abandonando o local de vigilância só para almoçar!
Não arredei pé até ele secar... Coitadinho dele, para além de ensopado, ainda pendurado!
A alegria que senti quando ele secou e finalmente o pude agarrar...
São sensações que a minha memória não apaga!
Ainda hoje ele faz parte de mim, está no meu quarto e não me consigo desfazer dele. Sou inundada de boas recordações quando olho para ele.
Faz-me lembrar o meu pai e a sua loucura sã por peluches, que o fez mais tarde brindar as três netas ao longo da sua infância, com peluches lindíssimos que elas guardam com tanto amor quanto eu guardo o meu ursinho azul!
E, sempre que vejo um peluche com um ar simpático vejo os olhos azuis e brilhantes do meu pai cheios de laivos de uma infância sem dúvida bastante mais dura que a minha… Morro de saudades desse olhar!
O meu Pai sempre teve uma predilecção por bonecos de peluche!
Quando eu era muito pequenina, trouxe-me de uma viagem que fez, uma família de ursos de peluche em tamanhos diferentes.
O Pai enorme, a Mãe mediana e o filho bem pequenino e azul com um laço beije ao pescoço.
Os grandes não me recordo bem o que lhes aconteceu porém não subsistiram ao tempo... Nem aos ataques dos amigos com quem tanto brinquei.
O mais pequenino de todos, azul muito claro em posição sentado, muito fofo e macio com o seu laçarote, esse... ainda existe! Acompanhou-me em todas as andanças da minha vida, qual fiel companheiro!
Sempre que a infância me visita, naqueles momentos em que deixo as recordações tomarem conta dos meus pensamentos e neles me perco, lá está ele sempre presente, sentadinho e muito coçado sempre a olhar para mim com o seu ar que me inspira profunda ternura.
A história mais engraçada que a minha memória alcança, passou-se quando vivíamos na Jamba em Angola.
Tinha eu os meus três ou quatro anos e para todo o lado o carregava comigo. De tanto andar com ele de um lado para o outro debaixo do braço, estava imundo.
Os tempos eram outros, não havia máquina de lavar roupa, muito menos centrifugação, portanto um belo dia quando a minha mãe me conseguiu tirar o ursinho azul de debaixo do braço, foi lavá-lo no tanque debaixo do meu olhar vigilante, não fosse ele estragar-se!
Quando chegou a hora de o pôr a secar não houve outro remédio senão pendurá-lo pelo pescoço com um fio e isso não me agradou nem um bocadinho...
Chorei que me fartei! Gritei que a minha mãe era má... Que enorme desgosto senti, lembro-me da dor sentida por vê-lo ali pendurado...
Como não podia fazer grande coisa, fui buscar um banquinho e estive quase todo o dia sentada a olhar para ele, abandonando o local de vigilância só para almoçar!
Não arredei pé até ele secar... Coitadinho dele, para além de ensopado, ainda pendurado!
A alegria que senti quando ele secou e finalmente o pude agarrar...
São sensações que a minha memória não apaga!
Ainda hoje ele faz parte de mim, está no meu quarto e não me consigo desfazer dele. Sou inundada de boas recordações quando olho para ele.
Faz-me lembrar o meu pai e a sua loucura sã por peluches, que o fez mais tarde brindar as três netas ao longo da sua infância, com peluches lindíssimos que elas guardam com tanto amor quanto eu guardo o meu ursinho azul!
E, sempre que vejo um peluche com um ar simpático vejo os olhos azuis e brilhantes do meu pai cheios de laivos de uma infância sem dúvida bastante mais dura que a minha… Morro de saudades desse olhar!