21 de Março de 2014
Semana da Leitura na Escola Secundária de São João do Estoril
Fui convidada a participar, desenvolvendo o tema - Os livros da minha vida.
Resolvi levar "As Máscaras do Destino" de Florbela Espanca, sabendo que corria o risco de olharem para mim de lado. Não fiz uma grande preparação, eu sou assim mesmo, sai-me tudo no momento e directamente do coração. Resolvi confiar nesse meu lado intuitivo e acreditar que iria correr bem.
E, assim, munida d' alma e coração lá fui falar com uma turma do 12º ano que me esperava no auditório da escola.
Engraçado que, quando entro naquele auditório sinto-me em casa. Olho para a juventude que ali estava e sinto empatia, comunhão. Apetece-me sentar no chão, fazer um círculo e ouvi-los. Tenho em mim a certeza que, se conseguisse arrancá-los à seriedade que momentos destes implicam, tudo correria como um rio que flui lento e plácidamente.
A uma certa altura, e depois do gelo quebrado, quando lhes disse que levava comigo o meu velho e quase estragado livro da Florbela Espanca, ouvi um múrmurio quase em surdina, tal e qual como esperava.
Pensei - como é que vou sair disto?
E saí... e eles acompanharam. Falei-lhes dos desgostos de amor próprios da adolescência. Contei-lhes as circunstâncias em que este velho livro me tinha sido oferecido. Falei-lhes de paixão, de desgostos, de amores não correspondidos, de lágrimas. Falei-lhes do quanto é importante sentirmos que estamos dentro do livro, vestir a pele do personagem e sentir que é nossa.
E porquê Florbela Espanca? Porque toda ela exala emoção e é nessa emoção que tantas vezes me encontro a mim própria, tentando não deixar nenhuma ponta solta. Porque com ela, realmente e em determinadas alturas, vesti a minha alma de dor e amor!
Fizeram perguntas, questionaram, deram ideias. Falaram de livros, de computadores, de internet, de música.
Para mim, é sempre uma experiência enriquecedora perceber que, quem sabe, conseguirei passar a alguns a importância da leitura mesmo com todos os avanços tecnológicos que se verificam dia após dia numa escala avassaladora.
Lancei-lhes um desafio - o de criar um grupo que fale de livros, que leia em conjunto, que o faça em voz alta ou em silêncio, individualmente ou em grupo.
Mais um momento importante para mim. Para eles, espero ter conseguido deixar uma semente que possa dar algum fruto!
Bem hajam!
Semana da Leitura na Escola Secundária de São João do Estoril
Fui convidada a participar, desenvolvendo o tema - Os livros da minha vida.
Resolvi levar "As Máscaras do Destino" de Florbela Espanca, sabendo que corria o risco de olharem para mim de lado. Não fiz uma grande preparação, eu sou assim mesmo, sai-me tudo no momento e directamente do coração. Resolvi confiar nesse meu lado intuitivo e acreditar que iria correr bem.
E, assim, munida d' alma e coração lá fui falar com uma turma do 12º ano que me esperava no auditório da escola.
Engraçado que, quando entro naquele auditório sinto-me em casa. Olho para a juventude que ali estava e sinto empatia, comunhão. Apetece-me sentar no chão, fazer um círculo e ouvi-los. Tenho em mim a certeza que, se conseguisse arrancá-los à seriedade que momentos destes implicam, tudo correria como um rio que flui lento e plácidamente.
A uma certa altura, e depois do gelo quebrado, quando lhes disse que levava comigo o meu velho e quase estragado livro da Florbela Espanca, ouvi um múrmurio quase em surdina, tal e qual como esperava.
Pensei - como é que vou sair disto?
E saí... e eles acompanharam. Falei-lhes dos desgostos de amor próprios da adolescência. Contei-lhes as circunstâncias em que este velho livro me tinha sido oferecido. Falei-lhes de paixão, de desgostos, de amores não correspondidos, de lágrimas. Falei-lhes do quanto é importante sentirmos que estamos dentro do livro, vestir a pele do personagem e sentir que é nossa.
E porquê Florbela Espanca? Porque toda ela exala emoção e é nessa emoção que tantas vezes me encontro a mim própria, tentando não deixar nenhuma ponta solta. Porque com ela, realmente e em determinadas alturas, vesti a minha alma de dor e amor!
Fizeram perguntas, questionaram, deram ideias. Falaram de livros, de computadores, de internet, de música.
Para mim, é sempre uma experiência enriquecedora perceber que, quem sabe, conseguirei passar a alguns a importância da leitura mesmo com todos os avanços tecnológicos que se verificam dia após dia numa escala avassaladora.
Lancei-lhes um desafio - o de criar um grupo que fale de livros, que leia em conjunto, que o faça em voz alta ou em silêncio, individualmente ou em grupo.
Mais um momento importante para mim. Para eles, espero ter conseguido deixar uma semente que possa dar algum fruto!
Bem hajam!